Estudos revelam que, após a pandemia que assola o mundo, os consumidores deverão mudar seu comportamento. A pesquisa, realizada nas redes sociais, visou oferecer às empresas um direcionamento, para que possam atuar de forma estratégica neste momento em que o cliente se vê dividido entre o medo e o desejo.
Durante três dias, mil pessoas foram ouvidas em duas regiões populosas do Brasil, de modo a identificar a nova mentalidade, qual a transformação ocorrida na cabeça dos cidadãos após o isolamento, e o que isso poderá afetar nos valores, expectativas, comportamentos de consumo e novos hábitos. Também objetivou obter informações de quais setores a serem priorizados e os que serão postergados. Este quadro possibilita saber as condições para atrair o comprador, tais como descontos, combos ou prazos de pagamento.
Na atualidade, os clientes estão divididos entre dois medos: o contágio com o vírus e a dificuldade financeira que a pandemia poderá ocasionar na vida de todos os trabalhadores. No entanto, o levantamento revela que há o desejo de retomar uma vida normal e poder consumir e ter direito à diversão, já que, na atualidade, a maioria se vê enclausurada em suas habitações.
Entre os consumidores ouvidos pela pesquisa, 92,6% corresponde à faixa da população economicamente ativa. A região Sudeste (81,1%) representa um eixo socioeconômico muito importante. Neste universo, 53,2% são empreendedores autônomos, empresários formais prestadores de serviço PJ ou em caráter informal. Os 46,8% restantes dos pesquisados possuem carteira assinada, aposentadoria, ou são funcionários públicos.
A pesquisa também revela que 57% terá alteração na fonte de renda. Isso significa algo em torno de 25% a 100% na receita. Dentre estas pessoas, estão os aposentados, trabalhadores em regime CLT e servidores públicos.
O isolamento social afetou em cheio os autônomos, trabalhadores informais e empresários formais. Apesar disso, 67,9% revela que não precisará de apoio financeiro governamental ou empréstimo bancário para saldar seus compromissos. Apenas 32,1% afirmou necessitar da ajuda financeira.
Após o isolamento social, a pesquisa aponta que 50% dos pesquisados deverão efetuar suas compras à vista, desde que se apresente uma vantagem ou desconto. Já 11,9% manterão a compra com cartão de crédito e 38,2% continuarão parcelando em crediários próprios das marcas.
O novo cenário econômico aponta os setores de alimentação, saúde e educação como prioritários. Os demais segmentos perderam força significativamente. Roupas e calçados aparecem em último lugar, com 10,8% durante o período da pandemia. Por falar nisso, o consumidor economizou em viagens, roupas e calçados, além de estética, beleza e produtos duráveis durante a crise imposta pela Covid-19. As viagens, que vinham em alta, foram o principal alvo do isolamento lockdown.