Coincidentemente, na véspera de mais uma palestra agendada pela direção da Associação Comercial e Industrial (ACIMM) para falar de um assunto da maior importância dentro das transformações que as novas tecnologias vêm produzindo (com foco na Inteligência Artificial) vale a pena destacar um artigo publicado no caderno de Economia do prestigioso Jornal O Estado de S. Paulo na edição desta quarta-feira, dia 30 de julho (página B-16).
Assinado pela Executiva Camila Farani, o artigo reforça a percepção de que empreendedores ligados ao comércio varejista precisam estar mais antenados e mais engajados na adoção das plataformas digitais se não quiserem ser passados para trás.
Nelson Theodoro Junior, presidente da ACIMM, voltou a destacar que a maior preocupação da atual diretoria tem sido fixar no quadro associativo esse tipo de percepção, para que “As pessoas não percam o bonde da história”.
“Vivemos um momento histórico importante, do avanço e proliferação de tecnologias que até bem pouco eram consideradas elementos de ficção científica. O comportamento do consumidor vem sendo moldado pelo uso destas tecnologias. Não por acaso, temos trazido palestrantes de ato nível para falar com maior clareza a respeito deste tema. Continuaremos batendo nesta tecla e chamo a atenção para a apresentação nesta quinta-feira, da especialista Mônica Cannaval, que vem falar sobre Inteligência Artificial. Palestra de altíssimo nível. Imperdível eu diria”, contextualizou Nelson.
Nelson Theodoro destaca importância do processo de qualificação realizado pela ACIMM
Ele se referiu à palestra intitulada “Vendas e I.A: A Era da Conexão Inteligente”, agendada para ocorrer a partir das 19h30 no auditório principal da ACIMM – MAIORES INFORMAÇÕES PELO TELEFONE (19 ) 3814 – 5760. A PARTICIPAÇÃO DOS ASSOCIADOS É GRATUITA.
Veja abaixo na íntegra, o artigo publicado originalmente no Estadão:
O que o varejo ainda não entendeu sobre o novo jeito de comprar
Camila Farani (*)
– Empreendedores precisam acompanhar as mudanças tecnológicas do mercado
Vivemos uma transformação silenciosa no varejo brasileiro. De um lado, consumidores cada vez mais conectados, exigentes e ágeis. Do outro, um contingente expressivo de pequenos empreendedores que ainda operam com as mesmas ferramentas de dez anos atrás.
A afirmação veio através de uma pesquisa da FGV em parceria com o Sebrae: 30% dos pequenos varejistas no Brasil ainda não estão digitalizados. Isso nos traz o alerta para empreendedores que:
. Não possuem site;
. Não utilizam redes sociais;
. Não integram marketplaces.
E, sim, as justificativas são conhecidas: limitações financeiras, pouca familiaridade com ferramentas digitais, desconhecimento sobre a dinâmica dos marketplaces. Mas a questão que precisa ser enfrentada é outra: qual o custo de continuar fora do jogo?
O varejo deixou de ser apenas sobre localização e passou a ser também sobre acesso. E hoje, acesso significa estar presente nas telas, nas buscas, nas plataformas.
É hora de repensar o básico:
- Um perfil no Instagram pode ser uma estratégia complementar a um ponto em shopping;
- Um canal no WhatsApp com atendimento eficiente fideliza mais que um cartão de visitas;
- Um produto no marketplace certo te coloca diante de milhões de pessoas.
E não, digitalizar não é sinônimo de grandes investimentos. É sinônimo de escolha. Prioridade. Direção. Já vi empreendedores escalarem operações com ferramentas gratuitas, usando criatividade e foco. A limitação não está na falta de dinheiro, está no medo de errar.
Segundo o relatório Future of Retail, da Euromonitor, mais de 35% das vendas globais de varejo serão feitas online até 2027. No Brasil, plataformas como Mercado Livre, Shopee e Amazon funcionam como grandes centros comerciais virtuais. Não estar presente nesses canais é uma escolha pela invisibilidade.
O empreendedor de hoje precisa assumir a liderança da própria mudança. Isso começa com três decisões simples:
- Agir antes de entender tudo;
- Aceitar que errar faz parte do processo;
- Parar de esperar o momento ideal – ele não existe.
Garanta relevância num mercado em que o consumidor já mudou. E não vai voltar atrás.
(*) – Camila Farani é Investidora e presidente da G2 Capital, boutique de investimento em startups. Escreve mensalmente às terças-feiras no caderno de Economia do jornal o Estado de S. Paulo.