Entrevista com Paulo Silva

E, fechando a sabatina que a Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim promoveu com os candidatos a prefeito da cidade, o dia 03 de novembro recebeu Paulo Silva, do PDT. O ex-prefeito apresentou suas propostas para os diversos setores da cidade, caso seja novamente eleito, conforme a pauta da entrevista. Dentre elas, encontram-se o apoio e parceria da prefeitura com os empresários da cidade, de modo a promover o desenvolvimento e ouvir suas demandas para melhoria de Mogi Mirim. Paulo Silva preza por um governo que estimule o desenvolvimento econômico da cidade, ouvindo sua população, as entidades, os comerciários, tendo um gabinete de portas abertas. Ademais, o candidato defende qualificar os jovens para serem absorvidos pelas empresas aqui instaladas e aquelas que pretende que se instalem, mediante seu projeto de industrialização para a cidade. Para ele, o turismo em Mogi Mirim pode ser fomentado por iniciativas que já deram certo na cidade, bem como a partir de exemplos de sucesso de outros municípios, pois se torna uma fonte a mais de renda para o setor de comércio e serviços em Mogi Mirim. Defende a escola de tempo integral, com atividades culturais e esportivas, supervisionadas aos alunos, e também o estímulo à criação de start-ups, para fomentar o empreendedorismo entre os jovens da cidade.

 

COMÉRCIO

Inicialmente, o candidato fez uma introdução ao assunto. Disse que, primeiramente, pretende fazer uma administração do diálogo, um governo aberto, democrático, com gabinete de portas abertas, ouvindo as entidades que representam os empresários, e construir junto com estes o projeto de desenvolvimento econômico e social de Mogi Mirim. Em segundo lugar, Paulo Silva entende que o comércio, o setor de serviços, a indústria, o turismo, o esporte, o lazer, fazem todos parte de uma mesma engrenagem da economia. Para ele, o turismo, um evento cultural, têm desdobramentos econômicos. Com relação ao comércio, especificamente, o candidato pelo PDT pretende dar todo o apoio ao projeto Mogi Mirim 2050 da ACIMM, com metas a curto, médio e longo prazos, e a instalação de uma agência de desenvolvimento local. Em seu governo, a prefeitura será uma parceira importante na implantação deste projeto. Com relação ao centro comercial da cidade, diz que é importante revitalizar esta região, e que, para isto, irá ouvi os empresários do setor. Tem algumas ideias: melhorar a iluminação pública, a varrição da cidade, deixar lixeiras à disposição, segurança no centro da cidade – com uma patrulha da guarda municipal. Salientou também que o comércio não é somente o centro, e que é preciso estimular os corredores comerciais da cidade (as avenidas nos bairro), que precisam ter estímulos da prefeitura (inclusive, já há lei municipal para isto). Destaca a qualificação de mão de obra, que é necessária para os setores de comércio e serviço, em parceria com a prefeitura. Menciona sobre dinamizar o Banco do Povo, que pode ser um instrumento de desenvolvimento econômico de Mogi Mirim, indo de encontro ao pequeno empresário, ao mostrar a ele as facilidades e o quão interessante é ter crédito no Banco do Povo, visto que os juros são subsidiados. Uma questão que sempre defendeu que considera fundamental para o comércio é retomar o projeto de industrialização de Mogi Mirim. Com uma massa salarial maior na cidade, irá aumentar os consumidores no comércio e no setor de serviços. Pretende implantar um novo parque industrial ou expandir os que já há, além de ir à procura de novas indústrias e de apoiar os industriários da cidade, que precisam de apoio para expandir. Também quer estudar a substituição da cesta básica por um cartão de compras no comércio, mediante consulta aos servidores públicos para averiguar o interesse na adesão.

 

INDÚSTRIA

Seu projeto tem alguns pontos.

1) Qualificação de mão de obra local. Para ele, não adianta trazer empresas e estas não encontrarem mão de obra para seus empreendimentos, e terem que trazer pessoas de fora. Ressalta já haver parceiros de longa data em Mogi Mirim, tais como ETEC, FATEC, SEBRAE. Objetiva reimplantar a educação e jovens e adultos em todos os bairros da cidade, para elevar a escolaridade, bem como cursos de qualificação profissional.

2) Estímulo à expansão e à instalação de novas empresas no município. Já há uma lei municipal que prevê os estímulos aos empresários que estão na cidade e queiram ampliar seus negócios e também para aqueles que queiram instalar suas empresas em Mogi Mirim.

3) Estimular a implantação de parques industriais particulares, bem como um novo parque industrial, ou ampliar os que já estão instalados (públicos). Segundo suas palavras, “quem não detém áreas públicas par doação para indústrias, perde a disputa”.

4) Estimular o empreendedorismo dos jovens, para que estes não somente estudem, se qualifiquem para ter um emprego, e sim montarem suas próprias empresas. Para o candidato, as incubadoras podem ser este estímulo. A incubadora dá a assistência técnica, junto com o Sebrae, e uma isenção de impostos, até que ele aprenda seu negócio e possa competir no mercado após 2 anos de incubação.

5) Paulo Silva aponta que a cidade tem uma grande oportunidade de negócio, que é o aeroporto, e vislumbra transformá-lo em um ponto de negócios. Muitas experiências de aeroportos no Brasil puderam desenvolver em seu espaço indústrias de pequenos aviões, empresas de exportação (empresas da região que tem seus aviões em Campinas e São Paulo podem deixar seus aviões aqui). “O aeroporto se torna um gerador de emprego e renda”, enfatizou.

6) Fornecer todo apoio possível e necessário ao homem do campo. Mogi Mirim tem empresas na área de agronegócio e 1500 proprietários rurais que precisam de assistência técnica à saúde, segurança, estradas e pontes para que possam escoar suas produções.

7) O candidato cita a necessidade de facilitar, permitir que a mulher possa sair de casa para o trabalho, ampliando as vagas em creche, deixando seus filhos em segurança. Toda vez que se inaugura uma creche em Mogi Mirim, está-se estimulando e gerando empregos para as mulheres.

8) Já existe uma legislação que permite à prefeitura comprar parte da merenda da agricultura familiar. Isso faz parte de seu programa de governo também.

 

SEGURANÇA

Paulo Silva sinaliza que já recebeu do SINCOMÉRCIO uma série de propostas para melhorar a segurança do comércio no centro, e uma delas é o monitoramento. Salienta que é preciso trabalhar com tecnologia, uma sala com 2 pessoas controlando todo o centro de Mogi Mirim, através de câmera de monitoramento. Para ele, precisa melhorar a iluminação pública. Comenta que a cidade tem hoje a contribuição de iluminação pública, que é um grande fundo de investimento municipal em que todos contribuem. Estando bem iluminado o centro à noite, inibe o crime. Outra proposta é uma patrulha da guarda municipal, que circule pelo centro, à pé ou motorizada, específica para dar este apoio à segurança. Já existe a muralha eletrônica, e, para Paulo Silva, precisa ser ampliada. Está muito preocupado com uma questão: tem visitado os comandantes da polícia militar, e percebeu que as corporações policiais vêm diminuindo. Para tanto, cita que é preciso reivindicar ao governo do estado uma atenção especial, pois Mogi Mirim está em uma situação difícil nesta área, e é preciso ampliar o número de agentes, bem como dar todo apoio e assistência à guarda civil municipal.

 

TURISMO

Como disse inicialmente, turismo, esporte, lazer e cultura são áreas afins, e precisam estar sempre trabalhando juntos, em rede, e não verticalmente. Para Paulo Silva, se for fazer um evento de esporte, é um evento de turismo, econômico, de lazer, e empresários, prefeitura, artistas, esportistas, precisam estar trabalhando em conjunto. Defende que é preciso manter e ampliar iniciativas em Mogi Mirim que são exitosas. Citou como exemplo a Festa Della Mama, que recebe inclusive gente de fora, e que precisa do apoio da prefeitura; o FESTIMM, uma iniciativa interessante, que em outras cidades representa um impacto cultural e econômico muito importante, e é preciso o poder público oferecer todo apoio, ampliar, estimular, assim como outros festivais na área da cultura; o Polo Gastronômico, que a cidade é reconhecida pela culinária; a feira noturna de quarta-feira, dinamizá-la com atividades culturais, playground para as crianças quando os pais estão fazendo compras, com shows com artistas caminhando pela feira. Já ouviu pedido dos moradores da Zona Leste, para que nesta região também tenha uma feira noturna. Acha que precisa fazer um turismo de eventos, para ter maior impacto econômico. Sugere uma EXPOMIRIM, chamando os empresários, produtores rurais, cooperativas, financiadores agropecuários; uma Festa das Nações, interescolar, com as escola apresentando a cultura e a gastronomia de cada país, assim como com as entidades assistenciais também participarem; para ele, Mogi Mirim pode ser a capital nacional pet, visto que possui uma das maiores indústrias do mundo de rações animais. Ressalta que já há cidades no Estado de São Paulo que fazem feiras anuais desta categoria. “Isso trará pessoas de fora, movimentos nos hotéis, no setor gastronômico”, destaca. Lembra que, antigamente, havia na cidade um encontro de motos, o Sorra (Sociedade de Reis e Rainhas do Asfalto), em que vinham pessoas de todo o Brasil, e a prefeitura fornecia o apoio (iluminação, segurança). Enfatiza que é preciso voltar a ter destes eventos turísticos: de carros, jipes, fusca, carros antigos, motoqueiros, de categorias profissionais, de igreja. Para isto, sugere começar a copiar boas iniciativas em Mogi Mirim. Para o Zerão, comenta sobre ter pedalinhos, visto que em Araras, por exemplo, tem; também haver eventos no coreto e no palco da Praça Rui Barbosa.

 

DESENVOLVIMENTO

O candidato pretende aumentar a escolaridade em Mogi Mirim, reimplantar onde foi extinta a educação de jovens e adultos, para que os jovens concluam o Ensino Fundamental e Médio, haver qualificação profissional, além de apoiar a ETEC e a FATEC, buscar implantar uma Escola Municipal de Qualificação Profissional, estimular o empreendedorismo – por meio de cursos e incubadora de empresas -, a prefeitura ser parceira do CEBE (onde há mais de 300 jovens sendo treinados e trabalhando) com o intuito de tirar muitos jovens que hoje estão às ruas e com o risco do crime. Será um grande parceiro das entidades sociais (CEBE, ICA, projeto Maguila, Equipotência, CCI), para que em Mogi Mirim seja possível ter uma qualidade de vida melhor, como um grande exemplo de desenvolvimento para os jovens. Tem um projeto no seu programa de governo que, na essência, é a segurança pública, sendo ele a escola de período integral, com um período de estudo e reforço escolar, e um período para praticar esportes, dentro da escola ou em uma instituição ou espaço público, de forma organizada e com professores. Constatou que as escolinhas de esporte estão diminuindo em Mogi Mirim, e diz que é preciso ampliá-las, retomar o processo antigo para que haja milhares de jovens praticando esportes. Diz que é preciso montar as escolinhas, contratar professores de educação física. Para isto, o projeto central é a “Escola do Dia Inteiro”, sendo que, no contraturno, haver esporte e cultura, para atrair as crianças de forma que elas fiquem na escola o dia inteiro. Destaca que em Mogi Mirim tem muitas pessoas voluntárias trabalhando com jiu-jitsu, judô, taekwondo, futebol, e o apoio é muito pequeno. Em Mogi Guaçu são 500 crianças e adolescentes praticando judô pela prefeitura, e que, em Mogi Mirim, se tiver 20 é muito. Para Paulo Silva, é preciso expandir a economia local para absorver a mão de obra. Muitos jovens estudando, não encontrando aqui seu trabalho, eles terão que ir embora. Para o candidato, é necessário movimentar nossa economia: se a indústria, o comércio, os serviços, a construção civil crescerem, serão gerados empregos de qualidade, para os jovens viverem bem em Mogi Mirim.

PERGUNTA SURPRESA

A pergunta surpresa ao candidato do PDT foi: “Com relação à política de assistência social, há uma movimentação nacional para fixação de uma porcentagem para destinação de recursos. Saúde e educação já têm garantido por lei 25%. O que o senhor pensa sobre qual seria o percentual justo para assistência social?”. Paulo Silva aponta que, na constituição, na saúde são 15%, mas as prefeituras não estão gastando menos de 28% a 30% de todo o orçamento. A saúde foi municipalizada, e os governos estadual e federal praticamente abandonaram as prefeituras nos cuidados de saúde, cita, e educação é de no mínimo 25%. Para ele, a assistência social precisa ampliar, principalmente em épocas de crise. Quando se tem uma crise econômica e sanitária grave como essa, os problemas sociais afloram, aumentam, crescem, e não é somente o serviço de assistência social da prefeitura que irá enfrentar uma situação destas. Paulo Silva defende que estimular a construção civil em Mogi Mirim é fundamental para que uma parte importante da população mogimiriana, que não tem uma grande escolaridade, possa ter emprego e renda na construção civil. Para ele, destravar a construção civil é uma grande medida de assistência social na cidade. Outra questão é a habitação popular, pois muitas famílias simples e pobres pagam aluguel na cidade. Paulo Silva comenta que a secretaria de assistência social do município precisa de mais apoio, recompor seu quadro de pessoal, aumentar seu percentual no orçamento, lembrando que a prefeitura tem suas limitações. Salienta que ano que vem será um ano difícil em todas as prefeituras do país, com queda de arrecadação, com o possível fim do auxílio emergencial do governo, com o possível fim do auxílio financeiro do governo federal às prefeituras (um grande aporte de dinheiro não só para combater a covid-19, mas também para sustentar as prefeituras e seu orçamento). Para o candidato, será preciso enxugar as despesas, principalmente a manutenção sua máquina administrativa (aluguel, muitos cargos de chefia), e reduzir estas despesas para passar com o menor sacrifício possível, visto que o ano que vem será um ano para preparar a cidade e a prefeitura para os investimentos que virão em 2022. Ano que vem já pretende escolher a nova área do parque industrial novo, conversar com proprietários, negociar pagamento, apresentar o projeto de lei à Câmara, e, em 2022, começar as obras do parque industrial novo. Para o próximo ano, pretende também pensar no projeto habitacional para as famílias mais pobres da cidade. Comenta que as experiências tidas em Martim Francisco (no loteamento Mandaio), e no Linda Chaib foram exitosas, que deram muito certo. Aponta que a população mais pobre, mais simples, não tem condições de comprar um terreno em Mogi Mirim, e não está sendo atendidas pelo programa habitacional da Caixa Econômica Federal, Minha Casa Minha Vida, que é o pessoal da faixa 1 deste programa, pois a terra está muito cara na cidade, a especulação imobiliária é muito grande, e a prefeitura tem que intervir nisto, desapropriando áreas e fazendo loteamentos municipais, para que a população construa sua própria casa, ou a Caixa Econômica Federal faça casas mais baratas para atender a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida. Em termos de assistência social, com relação aos moradores em situação de rua, Paulo Silva defende uma abordagem técnico-científica (muitos são dependentes químicos, alcoólatras, com distúrbios psiquiátricos). Destaca que é preciso ter um serviço social que volte a abordar mais intensamente esta população. Recorda-se que na cidade havia um albergue noturno que tinha acomodação para 1 ou 2 dias, e o morador era avaliado, alimentado, dava-se roupa descente, fazia-se contato com a família. Em muitos casos, se lembra que a família não sabia o paradeiro, e vinha buscar. Para o candidato, é preciso ter uma abordagem técnica, da área social, e não policial, e encaminhamento à cidade de origem. Para aqueles de Mogi Mirim, ressalta que é preciso uma assistência médica e psiquiátrica, do CAPS-AD, é ter um contato com as famílias para que voltem a adotar esta pessoa que foi morar nas ruas, e acredita que é necessário um trabalho mais intenso da assistência social do município.

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