Total de novos apontamentos voltou a crescer nesse começo de ano
O ano de 2024 terminou – segundo dados do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) – com 9.293 mogimirianos com atraso no pagamento de dívidas contraídas no comércio varejista local. Ao todo são 10.678 títulos abertos que juntos totalizam R$ 8.254.422,85. O ano começou com acréscimo no total de devedores e no estoque total da dívida. Segundo o SCPC, em janeiro houve 1.440 novas inclusões de dívidas e 365 cancelamentos (dívidas pagas).
Segundo a gerente de Crédito e Cobrança do SCPC (órgão que opera a partir da sede da Associação Comercial e Industrial, a ACIMM) Lusinês Ubaldini, os números não incluem transações feitas com grandes redes de magazine e bancos. Observou ainda que a cada ano, uma fatia do total do débito desaparece por causa da prescrição que ocorre sempre quando as dívidas ultrapassam cinco anos.
Nos registros de 2024, eram 1.784 devedores nessa situação, o que representa um prejuízo quase que irreparável em torno de R$ 1.541.379,17 aos comerciantes. Aqueles títulos com até quatro anos representam a fatia maior do estoque da dívida atual (1.964) com R$2.308.517,67. Dívidas com até um ano, representam 2.329 devedores e R$ 1.118.722,19 de prejuízo.
No total, 8.414 consumidores (cerca de 90% do total) possuem apenas um registro. Com dois até cinco registros, somam 853 e, ainda de acordo com dados oficiais do SCPC, existem na cidade 26 pessoas com mais de cinco dívidas em aberto. A média é de 1,14 dívidas para cada consumidor relacionado.
A maior parte daqueles que terminaram o ano com o nome sujo (5.027) deviam R$ 500,00 (R$ 2.513.500,00). Os que deviam R$ 1.000,00 eram 1.442 (R$ 1.442.000,00), enquanto que 849 deviam mais de R$ 2.000,00, algo em torno de R$ 1.698.000,00 que deixaram de circular na economia local. No outro extremo, 2.335 pessoas estão com o nome sujo por causa de dívidas que variam entre R$ 50,00 (526) e R$ 100,00 (1.829), cujo montante chega a quase R$ 210.000,00.
O resultado, na opinião do atual presidente do Sincomercio, José Antônio Scomparim, reflete uma situação indesejável, “ruim para os dois lados”, comparando a situação dos lojistas e de quem ficou endividado. Scomparim avalia que são muitas as pessoas que perdem parcela de seu poder aquisitivo e acabam se endividando na tentativa de manter o antigo padrão de vida.
“É uma espiral onde o atraso e a falta de pagamento acabam elevando o custo do crédito, repercutindo no poder de compra da população”, ponderou. Ele recomenda que o consumidor seja mais cuidadoso na hora de contrair dívidas, “mais razão, menos emoção”. Para o atual presidente da Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (ACIMM), Nelson Theodoro Junior, os números são bastante expressivos. “Trata-se de um montante que poderia estar circulando no comércio e que certamente deve estar fazendo muita falta nas lojas”, observou.